segunda-feira, 30 de março de 2009

Teatro


Quando tudo perde um pouco o sentido, o que sobra é isso: angustia, incompatibilidade, medo, insegurança e a o sabor de azedo na boca, que se junta com o morbido da morte do que nem tem nome. As vezes sinto que alguem tem vivido minha vida por mim, e estou na plateia, olhando os passos em falso, as crises de choro e a cada uma delas uma queda do pico do mundo até o lugar mais baixo, aquele que fica logo abaixo do inferno e todos temem chegar nele. Essa não sou eu. O sorriso, claro continua no mesmo lugar de sempre, mas quem realmente conhece a pessoa que eu era, sabe que o sorriso não é meu, é dessa louca que habita meu corpo. O sorriso não tem mais o brilho de outrora, não tem mais o sentido que deveria. Ele serve apenas pra ofuscar o que machuca e não deixar que os menos desavisados percebam o sangue escorrendo por todos os poros. Cada celula do meu corpo pede por paz. Mas como posso ajudar, se não consigo entender o que acontece, se não sei bem como tomar as redias da minha propria vida e expulsar toda essa incoerencia que nunca existiu.

O que posso fazer é continuar observando esse teatro macabro, até que as cortinas se fechem e no camarim, essa outra que toma conta dos meus movimentos se renda ao cansaço da encenação e me deixe voltar a viver, voltar a sorrir... simplesmente voltar.

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